A Bahia mantém posição de destaque na transição energética brasileira ao superar a marca de 3.600 aerogeradores instalados e responder por mais de 34% da geração eólica do país nos 12 meses até julho, segundo a Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE). No mesmo período, Bahia e Rio Grande do Norte concentraram 64% da produção eólica nacional, enquanto o Nordeste respondeu por 93% da geração total.Com cerca de 99% de sua matriz elétrica baseada em fontes renováveis, o estado lidera a produção de energia eólica no Brasil e solar no Nordeste e busca ampliar seu protagonismo com novas iniciativas em biocombustíveis e hidrogênio verde. “A transição energética é um apelo mundial e, além do estado baiano ter inúmeros atrativos naturais como posição geográfica privilegiada, ventos constantes e excelente irradiação solar, conta com uma política de incentivos fiscais que o torna altamente competitivo e atrativo para novos investimentos”, destaca o secretário de Desenvolvimento Econômico da Bahia, Angelo Almeida.A estratégia inclui o Plano Estadual para a Economia do Hidrogênio Verde (2022) e o lançamento do 1º Atlas de Hidrogênio Verde do mundo, na Conferência das Partes na Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (COP28), em Dubai. Além de investimentos federais em transmissão, dos quais R$ 10 bilhões já estão em execução no estado. Projetos privados, como os da Acelen Renováveis, com cultivo de macaúba para combustíveis sustentáveis de aviação, e a expansão da Oleoplan Nordeste em Iraquara, reforçam a diversificação da matriz energética e a inclusão da agricultura familiar.Para sustentar esse avanço, o governo estadual instituiu a Política de Transição Energética e o Protener, que estabelece um marco regulatório de 30 anos, com revisões a cada cinco, para consolidar a Bahia como referência nacional em energia limpa. Segundo Almeida, a prioridade é “atrair investimentos sustentáveis, promover empregos verdes, estimular a indústria e garantir inclusão da agricultura familiar na cadeia de biocombustíveis. Temos convicção de que essa transição energética justa e inclusiva será o caminho para gerar riqueza, renda e qualidade de vida para a população baiana.”Senai-CimatecO SENAI Cimatec e a Galp, por meio da Petrogal Brasil, vão instalar em Camaçari (BA) a primeira planta piloto de hidrogênio verde do estado, com foco em pesquisa e inovação. O projeto, que conta com recursos da Cláusula de Participação Especial da ANP e apoio da EMBRAPII, prevê a construção de uma microrrede de geração de energia renovável, uma unidade de produção de hidrogênio, estação de abastecimento veicular e um laboratório para testes de combustão e conversão.
SESI - Senai Camaçari | Foto: Leandro Silva / Coperphoto / Sistema FIEB
O hidrogênio verde é considerado peça-chave para descarbonizar setores de alta intensidade de carbono e acelerar a transição energética. Com mais de R$ 40 milhões em investimentos, a planta terá caráter multifuncional e deve entrar em operação em agosto de 2025. O Brasil, com seu potencial energético renovável, aparece como um dos países com maior capacidade de liderar esse movimento estratégico em escala global.Conforme o consultor do SENAI Cimatec, Paulo Roberto Freitas Neves, a iniciativa coloca a Bahia na rota da inovação e da liderança em hidrogênio verde. Já para a gestora do projeto pela Galp no Brasil, Heloisa Althoff, investir em PD&I nesse setor é decisivo para reduzir emissões, criar empregos e impulsionar inovação, consolidando o papel do país na transição energética mundial
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